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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Intolerância Religiosa

Nós, os prati­cantes e os segui­dores dos cultos afro-brasileiros, temos sido criticados de forma agressiva e intolerante desde que a Umbanda foi fundada e, se hoje são os neo-pentecostais que se destacam, antes eram os católicos que nos taxavam de “pagãos”, de atrasados, etc.
Tirando os excessos cometidos por pessoas despreparadas, ou mal preparadas para conduzirem as nossas “giras”, os médiuns umbandistas vêm dando o melhor de si para auxiliarem seus semelhantes com as mais diversas dificuldades, destacando-se entre elas as de fundo espiritual.
Não foram e não são poucas as pessoas que abdicaram das como­didades da vida profana e assumiram compromissos pelo resto de suas vidas com Deus e suas divindades só para poderem desenvolver suas faculdades mediúnicas, ordená-las e doutrinarem-se, para poderem ajudar o próximo, muitos também com problemas mediúnicos gravíssimos.
Mas este imenso e luminoso trabalho de caridade espiritual não só não foi reconhecido, como serviu para que os inimigos e os adversários da Umbanda (todos seguidores de outras religiões) sempre procurassem qualquer erro ou falha de um dos nossos para negar-nos qualquer crédito pelo auxílio prestado pela Umbanda aos neces­sitados.
E, de erro em erro, de falha em falha, de excesso em excesso, come­tidos por uma minoria, mas nunca es­quecidos ou relevados por nossos inimigos e adversários religiosos, a Umbanda (e todos os outros cultos afro-brasileiros) começaram a ser asso­ciados à prática do mal, associação esta feita por pessoas inteligentíssimas que dominam a neurolingüística e a lavagem cerebral das pessoas necessitadas do auxílio espiritual que a nossa querida Umbanda pode dar-lhes sem nada lhes exigir em troca.
Os nossos inimigos e nossos adver­sários, só viram falhas e erros e só têm boca para criticar e ofender-nos e para vilipendiarem a Umbanda e suas prá­ticas espiritualistas. Nunca elogiaram nossos acertos e nosso trabalho de caridade espiritual.
Criou-se um tal estado de intole­rância que os adeptos mais exaltados do neo-pentecostalismo acham-se no direito de perseguirem os umbandistas até nos ambientes de trabalho profissional, fazendo surgir no Brasil de todos os povos os ranços da intolerância inquisitorial e do nazifascismo.
– Pessoas são desclassificadas pa­ra empregos ou são dispensadas deles assim que os empregadores e os “chefes” (já salvos) ficam sabendo que são umbandistas.
– Crianças são segregadas em es­co­las se assumirem que são umbandis­tas.
– Imóveis não são alugados se for para abrir neles um Centro de Umban­da.
– Casamentos são desfeitos se um dos cônjuges tiver ou quiser desenvol­ver sua mediunidade.
– Namoros com jovens umbandis­tas nem pensar, na cabeça dos “já sal­vos”.
– Morar no mesmo quintal ou prédio com umbandistas, que horror!
São tantas as intole­râncias que, ou se oculta ou nega-se a crença em Olo­rum e nos Sagrados Orixás para poder viver em paz e sem ser excluído, segregado e ofendido continuamente só porque são médiuns.
Hoje, vivemos uma situação seme­lhante à do povo judeu na Europa pré-nazista, só faltando um “Hitler neo-pentecostal” assumir o poder para que aqui se comece a construir campos de concentração para esses loucos e des­vairados nos aprisionem neles e, tal como Hitler fez com os judeus, enviem-nos para câmaras de gás ou, tal como fizeram os inquisidores, queimem-nos nas suas “fogueiras santas” que, de santas não têm nada.
Lamentavelmente, esse é o quadro que nos chega continuamente através de relatos de irmãos umbandistas.
Mais do que nunca, é hora de dar­mos provas de nossa fé e, tal como Da­niel enfrentou os leões com sua fé e sua submissão a Jeová, temos que en­frentar as “hienas famintas de poder” com nossa fé e submissão a Olorum e aos Sagrados Orixás.
Não é hora de nos omitirmos ou de recuarmos em nossa fé, e sim, é hora de darmos nossa prova de fé.
Quanto às “hienas famintas de po­der”, não se preocupem com elas pois, tal como os sanguinários leões mesopo­tâ­micos, morrerão e irão para o inferno.
Tudo é questão de tempo, meus irmãos!

Pai Rubens Saraceni.

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