Total de visualizações de página

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

                                RITUAL E DISCIPLINA
Todo terreiro de Umbanda possui um ritual e embora estes rituais se modifiquem, é necessário que haja disciplina para realizar uma gira, ou seja, NORMAS CONHECIDAS POR TODOS desde o Dirigente ao Iniciando que acabou de entrar. Este deve ser orientado ao máximo possível:
  1. - com a relação a sua postura dentro do terreiro,
  2. - bem como suas obrigações e deveres para com seus irmãos
  3. - e claro, as normas básicas de respeito, tratamento.
  4. - conhecimento correto de quem são nossos mentores espirituais
O primeiro é ter respeito por tudo e por todos tem que ser o Dirigente e os filhos mais velhos (pois estes conhecem bem o interior de uma casa)
Aquele que está se iniciando deve ter em seu dirigente um exemplo, uma meta a ser atingida (é claro que nenhum dirigente deve se torna “santo”, nem seus filhos serem forçados a virarem “ovelhinhas”.
No terreiro cada um deve ser o que é, sem máscaras, sempre visando à auto-melhora, o auto conhecimento).
A Umbanda nos ensina que cada um é o que é, cada pessoa sabe em seu intimo quais são seus processos de ação e reação, infelizmente quase todos nos escondemos de nós mesmos, por falta de coragem de olharmos no nosso espelho interior, vermos nossos defeitos para podermos dar o primeiro passo para mudança. Para isso contamos com o auxilio fraternal das Entidades de Aruanda e também os conselhos dos Pais de Santé experientes e sinceros.
Mostrar o caminho não significa decretar, A UMBANDA NÃO AGRIDE AS CONSCIÊNCIAS, NÃO VISA TORNAR NINGUÉM INFELIZ OU VAZIO DE RELIGIOSIDADE.
Por isso é importante o Dirigente observar que se um novo integrante da corrente veio de outra religião e naquele momento de sua vida deseja abraçar a Umbanda, não é de repente que essa pessoa vai esquecer a fé que moveu por dentro durante tanto tempo.
O VERDADEIRO UMBANDISTA RESPEITA OS OS CREDOS E SABE QUE A MESMA FÉ QUE O FAZ AMAR SEUS GUIAS E PROTETORES, FAZ UM CATÓLICO AMAR SUA IGREJA, OU UM MUÇULMANO AMAR ALÁ.
Com relação à conduta dos médiuns para com as Entidades, a Umbanda tem por norma seguir os seguintes tópicos:
O médium de verdade deve ter em mente que na Aruanda todos são iguais (se há diferenças na hierarquia é porque os que chefiam, são as que mais trabalham e menos falam...).Isto quer dizer que os médiuns não devem sequer pensar que sua entidade é melhor que do seu irmão, as entidades de Aruanda preferem que seus filhos falem menos e trabalhem mais pelo seu próximo.
Não há necessidade de "chamar" seu protetor em qualquer hora ou lugar, principalmente evite falar da sua mediunidade em bares, ou na rua.
As coisas da espiritualidade deve ser discutidas na tranqüilidade, e com pessoas que queiram falar sobre o assunto.
Nunca fale mentiras ou cometa erros em nome da sua entidade, pois nenhuma entidade de Umbanda acoberta isto ou aquilo dos seus mediuns.
Não é em todo lugar que os nossas entidades ''encorporam", nem todo lugar é sagrado e num ambiente pesado, não há a mínima vibratória para sua atuação.
Nunca desobedeça as ordens da sua entidade, nunca queira fazer algo que você ache que ela faria. Espere sua orientação, por exemplo, não encha seu pescoço de guias pensando que seu protetor parecerá mais "forte" aos olhos do consulente.
A verdadeira força está em ser humilde e honesto, tenha certeza que sentirá seu protetor com maior intensidade..

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

 Intolerancia Religiosa  . Quem cala concente

É comum nossos templos e nossa familia espiritual sofrerem constantes ataques de pessoas que se dizem "religiosa",mais afinal que tipo de pessoas são se não são capazes de seguirem o maior ensinamento do mestre Jesus?
Mateus 5:44 Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. 
Nosso pai nos ensina que não devemos brigar,mais não podemos ficar parados diante as agrssões morais e até fisicas sofridas a nós e a nossos membros e filhos de santo.
Salmos 31:23 Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; 
Devemos retribuir com amor as ofensas,mais não podemos abaixar nossas cabeças e nos calar.Somos filhos de Deus igual aos catolicos,evangelicos,e outros cultos religiosos,nossa amada Umbanda não é uma reunião fundo de quintal,pode ser feita em quintais,garagens,quartinhos pequenos,mais leva o amor de Cristo a todos,sem olhar religião classe social,cor.Ajudamos ate os que nos apredejam.Vamos nos unir,mostrar que Umbanda merece respeito.Denunciem abusos contra nossa religião,um bom umbandista não é o que os outros temem e sim oque os outros respeitam.Não precisamos colocar nossas entidades pra afugentar nossos irmão ignorantes desconhecedores da verdadeira umbanda; Precisamos mostrar que umbanda é coisa seria de gente seria.

Axé a todos........ 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

            Umbanda e sua ramificações

Há de se entender, antes de qualquer explicação, que a UMBANDA é uma religião, ou seja, é composta de elementos Divinos (Orixás e Guias); Doutrinários (linhas de atuação, reencarnação, lei do karma, atuação e direcionamento dos médiuns, assistenciados e guias, ...; Princípios (amor, caridade, respeito ao próximo, fé, ...); Rituais (abertura e encerramento das sessões, pontos cantados, feituras, ....); Místicos ( a forma de atuação dos Orixás e Guias); Divinatórios ( jogo de búzios, ... ) Humanos ( seus médiuns, Babás, Babalorixas, Sacerdotes, ...).
Cabe salientar que esses elementos são variáveis e podem ser vistos com mais ou menos intensidade de acordo com a linha doutrinária da casa ( Linhas doutrinárias ou Escolas Doutrinárias ). Como são muitas as ramificações e suas formas, isso torna difícil agrupá-las em suas peculiariedades, ritos, doutrina, fundamentos, filosofia, práticas. Pretendemos olhar de maneira geral os elementos mais comuns a cada ramificação dentro do possível.
A UMBANDA é uma religião de cunho espiritualista (contato e/ou interferência de espíritos, manipulações magísticas, práticas de cura através dos espíritos e/ou ervas/poções/conjuros, utilização de elementos ou instrumentos místicos)/mediúnica (instrumento pelo qual a prática religiosa se faz presente, especificamente, a incorporação) que agrega elementos de bases africanas (culto aos Orixás e ao espírito dos antepassados: Pretos-Velhos), indígenas (Caboclos), que recebeu influência oriental (indiana, inerente à reencarnação, o kharma e o dharma), e adquiriu elementos do cristianismo (judaísmo) como a caridade, o auxilio ao próximo e outros ditos por Jesus Cristo que no sincretismo religioso (associação dos Santos Católicos aos Orixás africanos) consideramos como o Orixá Oxalá. 

Origem:
Existem algumas versões para a origem da Umbanda.
Tentaremos mostrar uma face dessa origem, salientando que não importa as formas variáveis da origem, e sim, como ela atua e o que têm em comum: sua essência.
O início do movimento Umbandista se coloca entre a primeira e a segunda metade do século XIX, junto ao candomblé.
Os negros nas senzalas cantavam e dançavam em louvor aos Orixás, embora aos olhos dos brancos eles estavam comemorando os Santos católicos. Em meio a essas comemorações eles começaram a incorporar espíritos ditos Pretos-Velhos (reconhecidos como espíritos de ancestrais, sejam de antigos Babalaôs, Babalorixás, Yalorixás e antigos "Pais e Mães de senzala": escravos mais velhos que sobreviveram à senzala e que, em vida, eram conselheiros e sabiam as antigas artes da religião da distante África) que iniciaram a ajuda espiritual e o alívio do sofrimento material, àqueles que estavam no cativeiro.
Embora houvesse uma certa resistência por parte de alguns, pois consideravam os espíritos incorporados dos Pretos-Velhos como Eguns (espírito de pessoas que já morreram e não são cultuados no candomblé), também houve admiração e devoção.
Com os escravos foragidos, forros e libertados pelas leis do Ventre Livre, Sexagenário e posteriormente a Lei Áurea, começou-se a montagem das tendas, posteriormente terreiros.
Em alguns Candomblés também começaram a incorporar Caboclos (índios das terras brasileiras como Pajés e Caciques) que foram elevados à categoria de ancestral e passaram a ser louvados. O exemplo disso são os ditos "Candomblés de Caboclo". Muito comuns no norte e nordeste do Brasil até hoje.
No início do sec. XX surgiram as Macumbas no sudeste do Brasil, mas precisamente no Rio de Janeiro (sendo que também existiam em São Paulo) que mesclavam ritos Africanos, um sincretismo Afro-católico e outros mistos magísticos e influências espíritas (kardecistas). Isso era feito isoladamente, por indivíduos e seus guias, ou em grupamentos liderados pelo Umbanda ou embanda que era o chefe de ritual.
De certa forma, com o passar do tempo, tudo que envolvia algo que não se enquadrava no catolicismo, protestantismo, judaísmo ou no espiritismo, era considerado macumba. Virou um termo pejorativo e as pessoas que a praticavam, o que podemos rotular como uma "Umbanda rudimentar", não estavam muito interessadas ou preocupadas em dar-lhe um nome. Porém, o termo Umbanda já era utilizado dentro de uma forma de culto ainda meio dispersa e sem uma organização precisa como vemos hoje.
A mais antiga referência literária e denotativa ao termo Umbanda é de Heli Chaterlain, Contos Populares de Angola, de 1889. Lá aparece a referência à palavra Umbanda.

UMBANDA: Banto - Kimbundo = arte de curar.
Segundo Heli Chatelain, tem diversas acepções correlatas na África (ref.: Cultura Bantu):
1 - A faculdade, ciência, arte, profissão, negócio:
1a) de curar com medicina natural (remédios) ou sobrenatural (encantos);
1b) de adivinhar o desconhecido pela consulta à sombra dos mortos ou dos gênios, espíritos que não são humanos nem divinos;
1c) de induzir esses espíritos humanos que não são humanos a influenciar os homens e a natureza para o bem ou para o mal;
Com o passar do tempo a Umbanda foi se individualizando e se modificando em relação ao candomblé, ao Catolicismo e ao Espiritismo. Através dos Pretos-Velhos e Caboclos, que guiaram seus "cavalos" (médiuns), a Umbanda foi adquirindo forma e conteúdo próprios e característicos (identidade cultural e religiosa) e que a difencia daquela "Umbanda rudimentar" ou Macumba.
A incorporação de guias de Umbanda também ocorreu em outras religiões além do Candomblé, como foi no caso do espiritismo. Em 1908, na federação espírita, em Niterói, um jovem de 17 anos, Zélio Fernandino de Moraes, foi convidado a participar da Mesa Espírita. Ao serem iniciados os trabalhos, manifestaram-se em Zélio espíritos que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da Mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passavam de espíritos atrasados (sem doutrina).
As entidades deram seus nomes como Caboclo das Sete encruzilhadas e Pai Antônio. No dia seguinte, as entidades começaram a atender na residência de Zélio todos àqueles que necessitavam, e, posteriormente, fundaram a Tenda espírita Nossa Senhora da Piedade.
Zélio foi o precursor de um "trabalho Umbandista Básico" (voltado à caridade, assistencial, sem cobrança e sem fazer o mal e priorisando o bem), uma forma "básica de culto" (muito simples), mas aberta à junção das formas já existentes (ao próprio Candomblé nos cultos Nagôs e Bantos, que deram origem às Umbandas mais africanas - Umbanda Omoloko, Umbanda de pretos-velhos-; ou aquelas formas mais vinculadas ao espiritismo - Umbanda Branca-; ou aquelas formas oriundas da Pajelança do índio brasileiro - Umbanda de Caboclo -; ou mesmo formas mescladas com o esoterismo de Papus - Gérard Anaclet Vincent Encausse -, esoterismo teosófico de Madame Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), de Joseph Alexandre Saint-Yves d´Alveydre - Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática, entre outras) que foram se mesclando e originando diversas correntes ou ramificações da Umbanda com suas próprias doutrinas, ritos, preceitos, cultura e características próprias dentro ou inerentes à prática de seus fundamentos.
Hoje temos várias ramificações da Umbanda que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorveram características de outras religiões, mas que mantém a mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e fé.
Alguns exemplos dessas ramificações são:
·         "Umbanda tradicional" - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes";
·         "Umbanda Popular" - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixas Africanos";
·         "Umbanda Branca e/ou de Mesa" - Com um cunho espírita - "kardecista" - muito expressivo. Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinaria se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas - "kardecistas - como fonte doutrinária;
·         "Umbanda Omolokô" - Trazida da África pelo Tatá Trancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;
·         "Umbanda Traçada ou Umbandomblé" - Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessoes diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes;
·         "Umbanda Esotérica" - É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas";
·         "Umbanda Iniciática" - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sanscrito;
·         "Umbanda de Caboclo" - influência do cultura indígina brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como "Caboclos";
·         "Umbanda de pretos-velhos" - influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos pretos-velhos;
·         Outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Se diferenciam das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda.

Os Fundamentos:
A Umbanda se fundamenta nos seguintes conceitos:
 Um Deus único e superior: Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus..
Em sua benevolência e em sua força emanada através dos Orixás e dos Guias, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e social.
Os Orixás.
Seres do Astral superior que representam a natureza e como esta atua e interage com os seres humanos.

Orixás: Oxalá, Omulu/Abaluaye, Xango, Ogum, Oxosse, Exu, Yemanjá , Nanã Buruquê, Oxum, Oxumaré, Oba, Iansã,Logum Edé,Ossãim,Egnitá ...
Os Guias.
Espíritos de Luz e plenitude que vêm à Terra para ensinar e ajudar todas as pessoas, encarnadas e desencarnadas.
Guias: Pretos-Velhos, Caboclos, Boiadeiros,  Baianos,Marinheiros, Crianças, Orientais(linha medica), Ciganos, Exus,Exu Mirim,Africanos Pomba-giras, ...

Os Espíritos (generalização).
Seres desencarnados que atuam de várias maneiras no mundo em que vivemos: maneiras positivas (são os Guias da Umbanda; os espíritos de Luz do Espiritismo - Kardecismo). Maneira negativa: espíritos maléficos ou perdidos (os Kiumbas - nome dado na Umbanda); obsessores ou espiritos sem Luz (nome dado no Espiritismo).
A Reencarnação.
Ato natural do cliclo de vida (vida - morte - renascimento); aperfeiçoamento do espírito e do proprío homem.
Consite na crença de que várias existências são necessárias para se chegar ao equilíbrio evolutivo e aos diversos planos da espiritualidade.
A origem dessa crença é indiana e penetrou em várias religiões ao longo dos séculos: Religiões Hindus, Budismo, Umbanda, Candomblé, Espiritismo etc
O Kharma.
Lei reencarnatória a qual todos estamos subordinados que dita a forma e os meios pelos quais será dado o retorno a um corpo material afim de resgatarmos nosso erros (de existências passadas) e fazer cumprir boas ações (na existência futura).
O Kharma, por vêzes, ultrapassa as barreiras temporais da materialidade fazendo com que o espírito cumpra sua passagem pela Terra não reencarnando, mas sim, como um Guia (Preto-Velho, Caboclo, etc; no caso da Umbanda). O qual tem como comprometimento, missão ou provação guiar e ajudar os seres humanos e outros espíritos.
Exemplo em termos genéricos do Kharma:
Uma pessoa A que por pura ganância e egoísmo prejudicou a vida de B colocando-a na sarjeta e levando-a a cometer atos espúrios e em conseqüência a morte, sendo que B morreu nutrindo um ódio muito grande por A que a prejudicou.
O Kharma que A poderia ter seria vir (reencarnar) como mãe de B. E B, por sua vez, poderia aceitar um Kharma de vir como filho deficiente de A, para que ambas pudessem cumprir seus Kharmas e evoluir e aprenderem juntas o sentido da solidariedade e do amor.
O Dharma.
De várias modos os Umbandistas, em geral, vêem o Dharma embutido dentro do Kharma e, por vêzes, fazem referências ao Dharma em formas de Kharma e vice-versa. Por isso, eu preferi fazer a referência ao Dharma em separado, mas resaltando que não há o Dharma sem o Kharma, mas que ambos têm seu próprio significado.
Lei de conduta na qual o espírito já encarnado, ou não, tangem sua existência, afim de cumprir seus Kharmas. Quando há a quebra do Dharma ou sua deturpação caímos em novos Kharmas.
Exemplo genêrico do Dharma:
Utilizando o exemplo acima, teríamos como Dharma de A o cuidado materno que ele teria que dar a B como seu filho, o comprometimento e a atenção.
Já o Dharma de B seria o respeito, a atenção e o carinho que ele teria que dar a A como sua mãe.
A Mediunidade.
O Dom dado por Deus às pessoas para que elas possam interagir com os espíritos, como instrumentos de difusão de força divina através da incorporação, da psicografia, da audição, da PES (Percepção Extra Sensorial), e de outras forma no sentido de, humildemente, servir a Deus e ajudando a todos que necessitem de caridade e no encontro da fé.
O Caminho (ele tem relação com o Dharma e com o Kharma).
Os Umbandistas crêem na caridade, no amor e na fé, como os elementos principais na evolução espiritual e material do Homem em seus vários estágios no Ciclo da vida.
A Umbanda não discrimina nenhuma religião, visto que todas, desde que alicersadas pelas mão divinas (e não por interesses econômicos e/ou mesquinhos e materialistas), são válidas na caminhada ao encontro da fé.
Cada pessoa, cada ser humano, deve procurar a Religião que mais o complete; com a qual se identifique nos seus fundamentos, preceitos, doutrina e rituais, ou meramente nos aspectos filosóficos e científicos.
Referências Africanas, Indígenas, Européias e Indianas.
 A UMBANDA é uma junção de elementos Africanos (Orixás e culto aos antepassados), Indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), Brancos (o europeu que trouxe seus Santos e a doutrina cristã que foram siscretizados pelos Negros Africanos) e de uma doutrina Indiana de reencarnação, Kharma e Dharma, associada a concepção de espírito empregada nas três Raças que se fundiram (Negro, Branco e Índio).
A UMBANDA prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, a natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião.
A máxima dentro da UMBANDA é "Dê de graça, o que de graça recebestes: com amor, humildade, caridade e fé".

O CULTO UMBANDISTA
A Umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização de suas giras, sessões.
O chefe do culto no Centro é o Sacerdote [ a Babá (Sacerdote feminino) ou o Babalaô (Sacerdote masculino) ] que é quem coordena a gira e que irá incorporar o guia de luz que comandará a espiritualidade do local dos trabalhos. Normalmente, esse guia de luz, que comanda é um Preto-Velho ou Caboclo (varia de casa para casa, de linha doutrinária para linha doutrinária).

Os templos onde os "comandantes" são Pretos-Velhos seguem a corrente africana e os que tem o Caboclo como comandante seguem a linha indígena. Mas, isso não é regra e pode variar de templo para templo.
As pessoas que recebem, incorporam entidades dentro dos terreiros, são ditos médiuns, ou cavalos. Pessoas que têm o Dom de incorporar os Orixás e Guias.
As entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre:
·         Orixás: Xangô, Ogum, Exu, Oxum, Nanã, Iemanjá, Iansã, Obaluayê, Oxumaré, entre outros.
·         Guias: Pretos- velhos, Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Exus, Marinheiros e Orientais.
·         Kiumbas, espíritos sem luz: esses, normalmente, são incorporados quando se está fazendo algum descarrego ou quando existe algum obsediado no local(são transportados,para receberem ajuda e/ou aprenderem e resgastar carmas).

As sessões.

O culto nos terreiros é dividido em sessões, normalmente de desenvolvimento e de consulta, e essas, são sub-divididas em giras.
Os dias da semana que acontecem as sessões variam de Centro para Centro. 
Assim como a forma e o jeito de agir de cada entidade,pode variar de casa para casa durante as sessões,a finalidade das sessões acaba sendo sempre a mesma a de ajudar ao proximo e aprendermos e evoluirmos.Ficando a criterio da casa a forma de trabalho das entidades dentro dela ou da nação.São mais comuns,passes,descarregos,aconselhamentos,e cura tanto espiritual quanto carnal.Na nossa casa cura-se primeiramente o espirito,para só então curar a carne,uma vez que curando primeiro a carne não há a cura definitiva.
OS MÉDIUNS
Médium é toda pessoa com o Dom da incorporação, audição, fala, escrita, visão voltados ao contato com os espíritos e Orixás.
O médium tem como uma de suas missões na vida ser um instrumento nas mãos dos guias e Orixás. Ele deve ter e seguir, em sua vida, os conceitos de caridade, amor e fé, praticados dentro da Umbanda.
Para muitos é dado a entender que o médium sofre.
Ser médium na concepção maior, não é dor e sim provação. Pode-se dizer que a vida de quem é médium 24 horas por dia, 7 dias na semana, realmente não é fácil, mas não chega a ser castigo, como algumas pessoas entendem, e sim, como se pode dar em benefício do próximo, encarnado ou desencarnado.
Mas, existem médiuns que sofrem muito, realmente sofrem muito: por sua própria culpa, porque acham que os guias devem-lhes dar de tudo, ou se envaidecem, ou agem de maneira errada e leviana em suas vidas, ou não levam a sério a vida espiritual, ou por ignorância sentem vergonha da forma como se dá a incorporação e "prendem os Guias". Esses médiuns acabam sendo recriminados pelos seus Guias e Orixás, como alguns dizem: "tomando uma surra".
Existem aqueles médiuns que são como "pára-raios" das forças negativas, basta estar uma pessoa muito carregada no terreiro ou passar por perto de alguém que esteja com alguma demanda ou obsessor para começar a passar mal. Mas esses, com o tempo, vão aprendendo a se controlar com a ajuda dos Guias e acabam resolvendo o problema.
O médium deve tangir sua vida como um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes. Nos dias de hoje, é difícil ser tudo isso, mas vale a pena e pode ser feito.
As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério suas missões e ter muito amor e dar valor ao que fazem, ter sempre boa vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida do dia a dia.
O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixás e Guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.
"Deve deixar, na medida do possível, seus problemas materias sempre do lado de fora do terreiro", ou seja, tentar entrar no terreiro com a cabeça mais arejada e limpa, fazendo com que haja uma divisão entre o material e o espiritual, embora eu saiba que deixar os problemas lá fora seja difícil, mas não é impossível.
O médium deve estar sempre atento as obrigações que ele deve fazer, todos os anos, para seu Orixá de cabeça (Orixá que rege sua vida e sua coroa, mente, do médium). Essa obrigação deve ser passada pelo Guia chefe do terreiro ou pela Babá do Centro.
*Outra consideração importante com relação a mediunidade, e, ao terreiro, é que o médium deve abster-se de relações sexuais no dia das sessões. Pois isso, além de enfraquecer a energia psíquica, pode levar a falta de concentração e à dispersão no decorrer das sessões.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Fundamentos da Umbanda






A Umbanda esta fundamentada nos seguintes conceitos:

RELIGIÃO, FILOSOFIA E CIÊNCIA

Sustenta-se sob três pilares:

AMOR, FÉ E CARIDADE.

Nosso Lema:

"A PRÁTICA DA CARIDADE É A NOSSA BANDEIRA"
RELIGIÃO

Crença em um DEUS ÚNICO, Zâmbi ou simplesmente Deus - Em sua benevolência e em sua força emanada através dos Orixás e dos Guias, auxiliando os homens em sua caminhada para a elevação espiritual e social.

A prática da caridade pura, com base no Evangelho de Jesus Cristo (Oxalá), o qual é o mestre supremo (ditado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas). Provendo a evolução moral do ser através de ensinamentos assistemáticos e posteriormente sistemáticos com bases no EvangelhoTratamentos Espirituais:

"A caridade é a base da Umbanda, e ela pode se dar por meio de auxílio e tratamentos espirituais"
 
1. Auxílio religioso com orientação e conforto espiritual nos princípios Cristãos.
 
2. Auxílio magístico com movimentação de forças da natureza em prol da criatura.
 
3. Cultos aos Sagrados Orixás como divindades, provendo a integração do ser às hierarquias Divinas.
 
4. Esgotamento e aceleração cármica do ser, através da conscientização e orientação.
 
5. Socorro espiritual aos inúmeros problemas físicos, espirituais (obsessivos e de ordem íntima).
 
FILOSOFIA
Com bases, nos exemplos das três frentes de trabalho do povo de Aruanda:
Preto-Velhos - Exemplificando a SABEDORIA COM HUMILDADE;
Índios e Caboclos - Exemplificando a SIMPLICIDADE;
Crianças - Exemplificando a PUREZA DE CORAÇÃO.
A base doutrinária de Nosso Senhor Jesus Cristo:
 
1. A Umbanda crê num Ser Supremo, o Deus único criador, de todas as religiões monoteístas. Os Sete Orixás são emanações da Divindade, como todos os seres criados.
 
2. O propósito maior dos seres criados é a Evolução, o progresso rumo à Luz Divina. Isso se dá através das vidas sucessivas – a Lei da Reencarnação, o caminho do aperfeiçoamento da criatura.
 
3. Existe uma Lei de Justiça universal, que determina a "cada um colher o fruto de suas ações", que é conhecida como Lei do "Carma" ou de "Causa e Efeito".
 
4. A Umbanda se rege pela Lei da Fraternidade Universal: todos os seres são irmãos por terem a mesma origem, e a cada um devemos fazer o que gostaríamos que a nós fosse feito.
 
5. A Umbanda possui uma identidade própria, e não se confunde com outras religiões ou cultos, embora a todos respeite fraternalmente, partilhando alguns princípios com muitos deles:
 
5.1 - Umbanda e Catolicismo são diversos, apesar do sincretismo, que teve suas raízes históricas.
 
5.2 - Umbanda e Espiritismo são diversos, embora ensinem as mesmas Grandes Leis milenares da Evolução, do Carma e da Reencarnação. O ESPIRITISMO e o UMBANDISMO como Doutrinas, embora se respeitem não se confundem, pois que são duas Doutrinas, ambas de conseqüências e direção filosófica e religiosa na mesma fé, mas perfeitamente distintas e individualizadas conforme a forma de trabalho prático. As questões de conceito científico, filosófico e religioso da UMBANDA TRADICIONAL, estão apoiadas na luz trazida pelos espíritos superiores através do ESPIRITISMO.
 
5.2.a - O estudo científico, a fim de que possamos compreender e estabelecer as comunicações com os espíritos, bem como o estudo da mediunidade.
 
5.2.b - A filosofia, com as mesmas indagações e respostas esclarecidas a luz dessa Doutrina.
 
5.2.c - Religiosamente pratica o Cristianismo sustentado no amor, fé e caridade. Na prática de suas atividades, exemplifica a simplicidade e humildade trazida pelos espíritos condutores dessa tarefa junto à humanidade.
 
5.3 - Umbanda e Candomblé são diversos, embora ambos realizem o intercâmbio com os Planos Invisíveis, contudo a UMBANDA não realiza os sacrifícios de animais, nem usa sangue em seus trabalhos.
 
6. A Umbanda está a serviço da Lei Divina, e só visa ao Bem. Qualquer ação que não respeite o livro-arbítrio das criaturas, que implique em malefício ou prejuízo de alguém, ou se utilize de magia negativa, não é Umbanda.
 
7. A Umbanda não realiza em qualquer hipótese o sacrifício ritualístico de animais, nem utiliza quaisquer elementos destes em ritos, oferendas ou trabalhos.
 
8. A Umbanda não preconiza a colocação de despachos ou oferendas em esquinas urbanas, e sua reverência às Forças da Natureza implica em preservação e respeito a todos os ambientes naturais da Terra.
 
9. Todo o serviço da Umbanda é de caridade, jamais cobrando ou aceitando retribuição de qualquer espécie por atendimentos, consultas ou trabalhos.
"Quem cobra por serviço espiritual não é verdadeiramente umbandista".

                                     Umbanda ta lhe chamando...

Muitas pessoas têm, sistematicamente, procurado centros espíritas, principalmente de Umbanda, para solucionar problemas diversos. A convivência com os trabalhos, a presença nas sessões de consulta ou até mesmo de desenvolvimento, costumeiramente, desperta um interesse maior pela religião. A partir daí o consulente passa a viver a expectativa de, muito em breve, passar a integrar o corpo mediúnico da casa, ou, como se diz popularmente, “fazer parte da gira”.

Com o passar do tempo, no entanto, muitas pessoas ficam decepcionadas pois não encontraram aquilo que procuravam e a saída do terreiro é uma questão de tempo. Deixam de lado a fé, a esperança, a credibilidade e, simplesmente, buscam novos rumos. Novos tesouros.

Isso ocorre, na grande maioria das vezes, em razão da falta de orientação ao consulente por parte dos dirigentes espirituais. Via de regra é comum transformar um Centro Espírita, seja qual for a doutrina empregada ou o ritual seguido, em um balcão de atendimentos. Cartazes com promessas de solução para casamentos, amarração, problemas financeiros e de saúde são encontrados com facilidade pelas ruas da cidade.

Até mesmo atendimento eletrônico, seja via telefone ou Internet, já é oferecido hoje em dia.
E, com certeza, não será um atendimento gratuito. Cursos, então, tem para todos os gostos: curtos, longos, caros, baratos. E, em apenas nove meses, você pode se tornar um babalaô ou uma babá.

OBJETIVOS DA UMBANDA

Procura-se uma forma mais fácil de atrair o público para as sessões, sem, contudo, esclarecer quais são os reais objetivos da Umbanda. É certo que cada casa tem sua forma de atuar e cabe ao dirigente máximo definir suas prioridades. Mas transformar a religião em um balcão de negócios, certamente, não é o caminho mais correto.
A Umbanda preconiza a evolução espiritual, a busca pelo equilíbrio interior, a prática da caridade, a renovação da fé e o crescimento da esperança. Esperança por um mundo melhor, muito mais justo, igual, sem preconceitos de raça, credo, cor, sexo ou qualquer outra diferença que possa existir entre as pessoas. Afinal, aos olhos de Zambi, nosso Deus todo poderoso, somos todos iguais.
Portanto, quando receber o chamado da Umbanda, atenda-o. Mas tenha consciência de que esse chamado lhe representará uma oportunidade de reparar erros do passado, de progredir espiritualmente visando a vida futura. Contribuirá também para melhorar sua autoconfiança e valorizar a fé.

Não pense que, ao assumir seu compromisso com o Astral, estará dando o primeiro passo para receber bonificações materiais – um novo emprego, um carro importado e do ano, um marido (ou esposa) rica, aquela casa dos seus sonhos. Não meu irmão, essa não é a prioridade da Umbanda. Esses benefícios materiais serão resultados do seu esforço, da sua dedicação ao trabalho e, acima de tudo, do seu merecimento.

Na Umbanda você encontrará a Luz. Na Umbanda você encontrará a Fé, a Esperança e a Caridade. Agora, se esses não são os seus objetivos, por favor, não atenda ao chamado da Umbanda. Você ainda não está preparado.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

                                                                                   Mudanças na Umbanda
A Umbanda é uma grande religião formada por vários segmentos e vários pensadores e estudiosos que delineiam seus caminhos, sem um órgão centralizador, e por isso não possuem heresias em seus fundamentos.
Questionar os dogmas da religião pode levar a evolução, o que trás melhorias, axé e forças para todos.
Ao trocar o axé animal pelo axé vegetal, não houve perda de axé no ritual umbandista, houve aumento de axé, pois foi substituído a dor e sofrimento de um animal pela força e energia contidas nas plantas e ervas.
Há terreiros que estão substituindo o marafo dos Exús por água de coco.
Substituiu-se o fumo industrializado com substancias tóxicas, por mistura de ervas naturais.
São pessoas ativas que buscam soluções e melhorias. São essas pessoas que questionam os porquês de cada coisa, buscam respostas e ajudam na evolução da Umbanda.
Umbanda repensada, questionada e estudada, é uma Umbanda que evolui e respeita a criação divina, respeita os seres humanos, os animais e as plantas.
Se sempre foi assim, quero saber por que, se puder irei mudar, melhorar e ajudar.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Intolerância Religiosa

Nós, os prati­cantes e os segui­dores dos cultos afro-brasileiros, temos sido criticados de forma agressiva e intolerante desde que a Umbanda foi fundada e, se hoje são os neo-pentecostais que se destacam, antes eram os católicos que nos taxavam de “pagãos”, de atrasados, etc.
Tirando os excessos cometidos por pessoas despreparadas, ou mal preparadas para conduzirem as nossas “giras”, os médiuns umbandistas vêm dando o melhor de si para auxiliarem seus semelhantes com as mais diversas dificuldades, destacando-se entre elas as de fundo espiritual.
Não foram e não são poucas as pessoas que abdicaram das como­didades da vida profana e assumiram compromissos pelo resto de suas vidas com Deus e suas divindades só para poderem desenvolver suas faculdades mediúnicas, ordená-las e doutrinarem-se, para poderem ajudar o próximo, muitos também com problemas mediúnicos gravíssimos.
Mas este imenso e luminoso trabalho de caridade espiritual não só não foi reconhecido, como serviu para que os inimigos e os adversários da Umbanda (todos seguidores de outras religiões) sempre procurassem qualquer erro ou falha de um dos nossos para negar-nos qualquer crédito pelo auxílio prestado pela Umbanda aos neces­sitados.
E, de erro em erro, de falha em falha, de excesso em excesso, come­tidos por uma minoria, mas nunca es­quecidos ou relevados por nossos inimigos e adversários religiosos, a Umbanda (e todos os outros cultos afro-brasileiros) começaram a ser asso­ciados à prática do mal, associação esta feita por pessoas inteligentíssimas que dominam a neurolingüística e a lavagem cerebral das pessoas necessitadas do auxílio espiritual que a nossa querida Umbanda pode dar-lhes sem nada lhes exigir em troca.
Os nossos inimigos e nossos adver­sários, só viram falhas e erros e só têm boca para criticar e ofender-nos e para vilipendiarem a Umbanda e suas prá­ticas espiritualistas. Nunca elogiaram nossos acertos e nosso trabalho de caridade espiritual.
Criou-se um tal estado de intole­rância que os adeptos mais exaltados do neo-pentecostalismo acham-se no direito de perseguirem os umbandistas até nos ambientes de trabalho profissional, fazendo surgir no Brasil de todos os povos os ranços da intolerância inquisitorial e do nazifascismo.
– Pessoas são desclassificadas pa­ra empregos ou são dispensadas deles assim que os empregadores e os “chefes” (já salvos) ficam sabendo que são umbandistas.
– Crianças são segregadas em es­co­las se assumirem que são umbandis­tas.
– Imóveis não são alugados se for para abrir neles um Centro de Umban­da.
– Casamentos são desfeitos se um dos cônjuges tiver ou quiser desenvol­ver sua mediunidade.
– Namoros com jovens umbandis­tas nem pensar, na cabeça dos “já sal­vos”.
– Morar no mesmo quintal ou prédio com umbandistas, que horror!
São tantas as intole­râncias que, ou se oculta ou nega-se a crença em Olo­rum e nos Sagrados Orixás para poder viver em paz e sem ser excluído, segregado e ofendido continuamente só porque são médiuns.
Hoje, vivemos uma situação seme­lhante à do povo judeu na Europa pré-nazista, só faltando um “Hitler neo-pentecostal” assumir o poder para que aqui se comece a construir campos de concentração para esses loucos e des­vairados nos aprisionem neles e, tal como Hitler fez com os judeus, enviem-nos para câmaras de gás ou, tal como fizeram os inquisidores, queimem-nos nas suas “fogueiras santas” que, de santas não têm nada.
Lamentavelmente, esse é o quadro que nos chega continuamente através de relatos de irmãos umbandistas.
Mais do que nunca, é hora de dar­mos provas de nossa fé e, tal como Da­niel enfrentou os leões com sua fé e sua submissão a Jeová, temos que en­frentar as “hienas famintas de poder” com nossa fé e submissão a Olorum e aos Sagrados Orixás.
Não é hora de nos omitirmos ou de recuarmos em nossa fé, e sim, é hora de darmos nossa prova de fé.
Quanto às “hienas famintas de po­der”, não se preocupem com elas pois, tal como os sanguinários leões mesopo­tâ­micos, morrerão e irão para o inferno.
Tudo é questão de tempo, meus irmãos!

Pai Rubens Saraceni.

            Exu Vazio Absoluto e Oxalá Espaço Infinito




Muitos tem Exu como o primeiro Orixá gerado, que, por isso, tem a primazia no culto.

Essa primazia se justifica se en­ten­dermos a criação como um en­cadeamento de ações divinas desti­nadas à criação do Universo e dos meios para que os seres pudessem evoluir.

Nós aprendemos que dois cor­pos não ocupam o mesmo “espaço” e, à partir daí, deduzimos que, para haver o espaço, tinha que haver algo em outro estado que permitiu a criação de uma base estável para que, aí sim, tudo pudesse ser criado. Esse estado é o de “vazio”, pois, só não havendo nada dentro dele, algo poderia ser criado e concretizado, mas como outro estado. Então, unindo o primeiro Orixá (Exu) e o primeiro estado da criação (o vazio absoluto), temos a fundamen­tação do Mistério Exu.

O Mistério Exu é em si o “vazio abso­luto” existente no exterior de Deus e guarda-o em si, dando-lhe a existência e sustentação para que, a partir desse estado, tudo o que é cria­do tenha seu lugar na criação.

Por ser Exu o guardião do vazio absoluto, e este ter sido o primeiro es­tado da criação manifestado por Deus, então Exu é, de fato, o primeiro Orixá manifestado por Ele.

Logo, Exu é o primeiro Orixá, o mais velho de todos, o primeiro a ser cultuado. Por ser e trazer em si o vazio absoluto, tem que ser invocado e oferendado em primeiro lugar e deve ser “despachado” de dentro do tem­plo e firmado no seu exterior para que um culto possa ser realizado, pois, se assim não for feito, a pre­sença de Exu dentro de­le implica a ausência de todos os outros Orixás, já que seu estado é o do “vazio absoluto”.  Porque junto com o Orixá Exu vem o vazio absoluto, os seus interpretes religiosos deduziram corretamente que, nesse estado de vazio, não é possível fazermos nada.

Logo, a ato de invocar o Orixá Exu em primeiro lugar é correto, porque, antes de Olorum manifestar os outros Orixás, manifestou-o e criou o vazio absoluto à sua volta.  O ato de oferendá-lo antes dos outros Orixás está fundamentado nessa sua primazia, pois não se oferenda primeiro ao segundo Orixá manifestado, e sim ao primeiro.

O ato de despachá-lo para fora do tem­plo fundamenta-se no fato de que, se ele está presente dentro do templo, com ele está o seu “vazio absoluto”, no qual nada existe. Então, é preciso des­pachá-lo e assentá-lo no exterior do tem­plo, para que outro estado se estabeleça e permita que tudo aconteça.

Avançando um pouco mais na inter­pretação das necessidades primordiais para que tudo pudesse ser “exteriorizado” por Deus, como no “vazio absoluto” (Exu) não havia como se sustentar em alguma coisa, eis que, após esse primeiro estado da criação, Olorum manifestou o seu segundo estado: o “estado do espaço”!


• O vazio absoluto

é a ausência de algo.



• O espaço é

a presença de um estado.


Deus criou o espaço “em cima” do vazio absoluto. Logo, se antes só havia o vazio absoluto, o espaço foi criado dentro dele, e, à medida que o espaço foi se ampliando, o vazio absoluto foi disten­dendo-se ao infinito para abrigá-lo e permitir-lhe ampliar-se cada vez mais, de acordo com as necessidades da mente criadora de Olorum.

Aqui, já entramos na genealogia (no nascimento) dos Orixás e em uma teo­gonia a partir dos estados da criação.

Esse segundo estado (o espaço) dentro o primeiro (o vazio absoluto) criou uma base que se amplia segundo as necessidades do Criador e começa a nos mostrar os Orixás como estados da criação, pois se Exu é o vazio abso­luto, o Orixá que é si o espaço se chama Oxalá.

Sim, Oxalá é o espaço infinito porque é capaz de conter todas as criações da mente divina do nosso Divino Criador.

Porém o que nos levou à conclusão de que Oxalá é em si o mistério do “espaço infinito”? Ora, o mito revela-nos que Olorum confiou-lhe a função de sair do seu interior e começar a criar os mundos e os seres que os habitariam.

Como algo só pode ser criado se houver um espaço onde possa ser “aco­mo­dado” e antes só havia o “vazio absoluto” à volta de Olorum, assim que Oxalá saiu (foi manifestado), com ele saiu seu estado (o espaço infinito), que se expandiu ao infinito dentro do vazio.

O espaço não é maior ou menor que o vazio, porque são estados, mas ambos são bem definidos:


• o vazio absoluto é o estado

de ausência de qualquer coisa (o vazio).



• o espaço infinito é o estado de presença de alguma coisa (a ocupação).


Como Olorum tem em si tudo, e tudo ocupa um lugar no espaço, então Oxalá, como estado preexistente em Olorum, já existia no seu interior. E, como a mente criadora de Olorum ocupa um espaço, este era Oxalá, pois foi a Oxalá que Ele confiou a missão de criar os mundos e povoá-los com os seres que seriam criados.

Logo, Oxalá traz em si esse estado de espaço infinito que pode abrigar nele tudo o que for criado pela mente de Olorum.  Portanto, Oxalá também traz em si o poder criador, pois, se não o trou­xesse em si, não poderia da exis­tên­cia no espaço infinito ao que só exis­tia na mente criadora de Olorum.

O vazio absoluto é um estado e não algo mensurável. O espaço infinito, ain­da que não seja mensurável, é a exis­tência de algo.  E, como se esse algo denominado “espaço infinito” se abriu e expandiu-se dentro do vazio abso­luto, criaram-se dois estados opostos complementares:


• O vazio absoluto

• O espaço infinito


Exu e Oxalá são ligados umbilical­mente por causa desses dois primeiros estados da criação. Exu é o vazio ex­terior de Olorum, e Oxalá, o seu espaço exteriorizado. Exu é a ausência, e Oxalá é a presença. Em Exu nada subsiste, e em Oxalá tudo adquire existência.

Exu, por ser o vazio absoluto, nada cria em si. Em Oxalá, por ele ser o espa­ço em si mesmo, tudo pode ser criado.

Exu e Oxalá são opostos-com­plementares porque sem a existência do vazio absoluto o espaço não poderia se expandir ao infinito. Como ambos são estados, não são antagônicos, pois onde um está presente, o outro está au­sente. O vazio absoluto é anterior ao espaço infinito. E, porque é anterior, Exu é o primeiro Orixá manifestado por Olorum e detém a primazia. E, se tudo preexistia em Olorum, ainda que não fosse internamente o Orixá mais velho é, no entanto, o primeiro a existir no seu exterior.