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segunda-feira, 18 de junho de 2012

UMBANDA, QUEM ÉS?
 

Sou a fuga para alguns, a coragem para outros. Sou o tambor que ecoa nos terreiros,
trazendo o som das selvas e das senzalas.
Sou o cântico que chama ao convívio seres de outros planos.
Sou a senzala do Preto Velho, a ocara do Bugre, a cerimônia do Pajé, a encruzilhada do
Exu, o jardim da Ibejada, o nirvana do Indu e o céu dos Orixás.
Sou o café amargo e o cachimbo do Preto Velho, o charuto do Caboclo e do Exu; o cigarro
da Pomba-Gira e o doce do Ibejê.
Sou gargalhada da Padilha, o requebro da Cigana, a seriedade do Tranca-Rua.
Sou o sorriso e a meiguice de Maria Conga e de Cambinda; a traquinada de Mariazinha da
Praia e a sabedoria de Urubatão.
Sou o fluído que se desprende das mãos do médium levando a saúde e a paz.
Sou o isolamento dos orientais onde o mantra se mistura ao perfume suave do incenso. Sou
o Templo dos sinceros e o teatro dos atores.
Sou livre. Não tenho Papas. Sou determinada e forte.
Minhas forças? Elas estão no homem que sofre e que clama por piedade, por amor, por
caridade.
Minhas forças estão nas entidades espirituais que me utilizam para seu crescimento. Estão
nos elementos. Na água, na terra, no fogo e no ar; na pemba, na tuia, no mandala do ponto
riscado.
Estão finalmente na tua crença, na tua Fé, que é o elemento mais importante na minha
alquimia.
Minhas forças estão em ti, no teu interior, lá no fundo na última partícula da tua mente, onde
te ligas ao Criador.
Quem sou? Sou a humildade, mas cresço quando combatida.
Sou a prece, a magia, o ensinamento milenar, sou cultura.
Sou o mistério, o segredo, sou o amor e a esperança. Sou a cura. Sou de ti.
Sou de Deus. Sou Umbanda. Só isso. Sou Umbanda.

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